O ministério Pastoral Contemporâneo


O ministério Pastoral é um ofício criado e exercido pelo próprio Deus. Cremos que antes de abordarmos a questão contemporânea do assunto, faz-se inevitável abordar-mos um correto modelo Bíblico a respeito do exercício ministerial de um pastor. De maneira nenhuma, o criador de todas as coisas, nos deixaria órfãos de exemplos nesta área. A medida que nós estiver-mos abordando alguns conceitos quanto ao oficio ministerial da vida de um pastor, convidamos o leitor a trazer a memória exemplos vivenciados no relacionamento ovelha/pastor por cada um de nós, afim de traçar-mos um paralelo com o assunto na contemporaneidade.
Visando traçar este paralelo entre um exemplo Bíblico do ministério pastoral e os dias de hoje, façamos uma breve exegese, ainda que superficial do texto contido no livro dos Salmos, capítulo vinte e três.
“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.” (vrs.1)
O salmista demonstra uma certeza e convicção de quem é o seu pastor. Cremos que este seja o primeiro passo, saber exatamente quem estamos seguindo. A medida que conhecemos nosso pastor, podemos relatar algumas de suas particularidades. Sabemos descrever qual o timbre da sua voz, a maneira de falar, de andar, de agir, qual o seu temperamento, virtudes, normas..., inúmeros podem ser os relatos quanto as características de um específico pastor, isto vai depender do grau de intimidade vivenciado com ele. A certeza de Davi quanto ao seu pastor era convicta. Parece redundante mais não é! Ele sabia muito bem que era o seu pastor, por conta disto, afirmou com segurança: “...nada me faltará”(vrs.1) O registro deste relacionamento entre Davi e seu Pastor, logo no primeiro versículo nos demonstra qual o modelo ministerial a ser seguido por todos aqueles vocacionados a este ofício. Conhecemos realmente o nosso pastor, ou ele anda ocupado demais com assuntos administrativos, jurídicos ou de interesses próprios? Nos sentimos acolhidos por ele nos momentos mais difíceis da caminhada? O seu pastor te conhece pelo nome, ou de ouvir falar? Poderíamos dizer com a mesma certeza do salmista, que não faltará no mínimo atenção e cuidado para conosco?
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.” (vrs.2)
O verdadeiro pastor, esta sempre em busca de pastos verdejantes para suas ovelhas. Esta é mais uma característica relacionada ao cuidado. Pastos verdejantes demonstra preocupação quanto ao alimento do rebanho, ao ponto de poder comer e tirar uma boa pestana após a refeição. Como alguém satisfeitíssimo com a refeição oferecida, não podendo de nada reclamar. Sua única preocupação após a refeição é descansar na confiança e vigilância do seu pastor.
“...guia-me mansamente...” O verdadeiro pastor, é aquele que nos da a direção em que devemos seguir. A direção das ovelhas está totalmente condicionada ao trajeto traçado pelo pastor. O texto nos relata que o bom pastor, é aquele que guia suas ovelhas com mansidão, para que nada se perca e tudo seja aproveitado, não dispersando nada, fazendo com que todas o sigam, chegando em segurança ao local planejado. Como tem sido o trato contemporâneo dos pastores com suas ovelhas? A mansidão tem sido o tempero nas questões mais simples ou mais complexas na trajetória do rebanho?
“...a águas tranqüilas.” Ovelhas são animais sensíveis e vulneráveis a ações externas. Portanto o cuidado do pastor é imprescindível na hora de escolher um local tranqüilo para saciar a sede do rebanho. A sede do rebanho de maneira nenhuma pode ser ignorada, mas a tranqüilidade no caminhar é fruto das escolhas do pastor. Por onde nós estamos andando? Para onde estamos sendo conduzidos a matar nossa sede diária?
“...Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome” Todos nós precisamos de refrigério. Ninguém vive a mil por hora o tempo todo. Nossa alma precisa constantemente de descanso. Para descansar é preciso escolher um lugar certo, de preferência tranqüilo. Todo bom pastor precisa saber quando suas ovelhas precisam de descanso e refrigério. Faz-se necessário leva las para lugares calmos, trilhando caminho de justiça. Somente os justos merecem descanso. Existe alguém que diga: O bom descanso dos justos. Deus faz isto conosco, por amor ao seu nome! Todo bom pastor tem um nome a zelar. É preciso que ele seja respeitado pelas ovelhas mediante atitudes justas. Vivemos tempos difíceis, onde pastores não tem dado refrigério a seus rebanhos, muitas vezes os tem deixados cansados, com fome e nus, uma vez que fora retirada toda a lã das ovelhas. Que nome este pastor tem a zelar? Você já encontrou algum pastor assim?
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo;” Isto nos faz lembrar as palavras de Jesus: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. O bom pastor é a melhor companhia, em tempos de alegria, mas principalmente, em tempos de dificuldade. Todos nós passamos ou passaremos em momento oportuno pelo vale da sombra da morte. Quem nunca passou por um dia mal. O dia mal chega para todos, o que faz a diferença é saber que como ovelha, existe um bom pastor me guiando, cuidando e protegendo. O Salmista afirma não temeria mal algum, ele sabia muito bem do que e de quem estava falando. A intimidade ou proximidade com o pastor nos faz ter certeza e convicção da proteção, não importando o lugar, o tempo ou as circunstâncias. O bom pastor está sempre conosco. Nos momentos mais difíceis, você tem liberdade para clamar por socorro? Existe alguém disponível para ajudá-lo no que for preciso? Poderíamos dizer da mesma forma que o salmista, o meu pastor está comigo?
“...a tua vara e o teu cajado me consolam.” Pastores de verdade, cuidam, alimentam, protegem, mas também disciplinam! A vara como instrumento nas mãos do pastor para guiar o rebanho, o cajado para disciplinar as ovelhas mais difíceis de serem controladas. Vivemos dias em que o rebanho de ovelhas chamada igreja tem procurados sermões de auto-ajuda, procurando na grande maioria escutar daquilo o que é agradável aos ouvidos. Alguns pastores sabem muito bem do que estamos abordando. Na tentativa de manter seu rebanho sempre volumoso, procuram evitar o uso da vara e do cajado, para não passarem por maiores constrangimentos com suas ovelhas. O verdadeiro pastor não deve se esquivar da atitude repreensiva, caso contrário, estará cuidando de lobos, não de ovelhas.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” O verdadeiro pastor, comemora as vitórias das suas ovelhas. Ele prepara um banquete diante das adversidades vencidas, unge suas ovelhas com o óleo, com a presença do Espírito Santo, até que o cálice transborde... Isto é uma comemoração de verdade! Uma comemoração transbordante, não pela metade. O bom pastor honra a quem deve honrar para que seja dado testemunho. Ele sabe bem o poder influenciador de um bom testemunho. Ele não toma para si os louros da glória! Ele compartilha com todos uma vitória.
“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; Certamente a bondade e a misericórdia estarão conosco, a medida que depositamos nossa confiança nas mãos do pastor certo. Quando fazemos isto, só nos resta a certeza de estar-mos diante a sua bondade e misericórdia. Precisamos lembrar, que bondade e misericórdia também são sentimento humanos. Um pastor que não possui estas prerrogativas, não pode ser considerado um pastor de verdade.
e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.” Habitar na casa do Senhor é o objetivo de todos nós, não só hoje, mas para todo sempre... Um lugar de bondade eterna! Pastores de hoje precisam entender que não só a casa é do Senhor, mas todos os que estão destinados a morarem nela. Este precisa ser o prisma do ministério pastoral contemporâneo.
Este é o modelo registrado por Deus, para o cumprimento do ofício ministerial de homens vocacionados por Ele, chamados para serem zeladores da igreja mística de Cristos. Homens que atuem como servos, assim como Cristo Jesus.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Fp 2.5-8)
O ministério pastoral contemporâneo precisa urgentemente rever suas práticas. O padrão estabelecido esta registrado nas Escrituras Sagradas. O texto bíblico nos mostra que a postura de um verdadeiro pastor é a de dar a vida por suas ovelhas. Jesus abordou esta questão usando a tão famosa, porém tão esquecida parábola da ovelha perdida.
Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? (Lc 15.4)
Este é o padrão, esta é a norma, isto é o que se espera ainda hoje, século XXI, para o correto cumprimento do ofício ministerial pastoral contemporâneo. O ministério pastoral contemporâneo, precisa permanecer contemporâneo, assim como as verdades Bíblicas que transcendem o tempo permanecendo verdadeiras e atuais. Sigamos o padrão Bíblico para o exercício desta função, somente desta maneira estaremos sempre atualizados e capacitados para o cumprimento deste exercício ministerial.

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